Naaiara Carvalho ;*
sexta-feira, 13 de janeiro de 2012
“Às vezes parece que eu procuro, sabe? Procuro me machucar. Meio alienado da minha parte, mas é que de vez em quando me dá uma ausência de qualquer tipo de sentimento, e eu preciso de algo pra preencher essa falta que essas coisas que eu possa sentir fazem, porque qualquer coisa é melhor que esse silêncio, vazio que parece eterno em mim. E nessas horas eu acabo me entregando pra qualquer oportunidade de “sentir”, aí nesse deslize eu sempre me machuco porque, eu me apego onde não podia e encontro solução onde só tem problema, ou problema onde está a solução. Mas a questão é que nessa de sair por aí procurando algo qualquer que pudesse me tirar desse vazio… eu encontrei você. E você acabou se tornando a solução mais problemática da minha vida.Solução porque… você realmente sabe como me fazer sentir bem. E problema porque… mesmo não sendo a intenção, eu queria não precisar de você. Eu queria que você não fosse o meu ponto mais fraco. Eu queria que a sua falta de interesse em mim não me afetasse tanto. Eu queria não sentir, sabe?Mesmo procurando sentir, eu queria não sentir nada por você. Só que esse é o problema: já é tarde demais pra fingir que eu posso simplismente te esquecer pro resto da minha vida, sem nunca querer nem um pouquinho te procurar de novo. Viu? Eu procurei me machucar quando me entreguei pra você. E tudo que a gente procura, a gente encontra, não é? Encontrei.Encontrei a dor na cura, o problema na solução, uma ótima maneira de me machucar e me auto anestesiar logo em seguida… você.”
quinta-feira, 3 de novembro de 2011
Dê-me adeus. Estou indo embora, pra nunca mais voltar. Partirei deixando para trás aquela vida de melancolia e sofrimento. Demorei muito tempo para perceber que de ti nunca brotarias um amor recíproco, que por mais que eu tentasse, eu ainda continuaria te amando sozinho. Eu não desisto fácil, quero que compreendas isso. Eu só cansei de ser só mais um mero figurante na sua vida. Cansei de trocar às fronhas do travesseiro toda a vez que se lembrava de ti e caia logo em seguida em prantos. Cansei desta vida de amargura. Ponha-se em meu lugar, não é tão fácil como parece tentar sair da vida de alguém que na verdade nunca esteve presente. Não me chames de fraco, pois não sou nem um pouco, devido esse desfecho que estamos – eu, vivendo. Tu não achas que posso me considerar um gigante? Um gigante sim senhor. Um gigante que se contenta- contentava, com o pouco? Com o mínimo do mínimo de atenção possível que me dera? Um gigante que engolia todos os dias sapos só para te ver sorrir? Sim, com toda a certeza hoje, eu posso me considerar um gigante, daqueles bem fortões. [..] Mas esses dias de lamentações e desprezo vão ter um fim que merece. Eu sei, você pode dizer que não, mas você vai se lembrar de mim, eu sei que vai. Diga-me, quem vai tentar te fazer sorrir quando o mundo desabar sobre as suas costas? Quem vai te abraçar quando tu precisar de abrigo? Quem prefere a sua companhia a ser rodeados por amigos? Diga-me, quem faria isso tudo por você? Contente-se agora com a sua solidão meu caro. Procure outro idiota para preencher a minha antiga e infeliz vaga. A partir de hoje to indo viver a minha vida – to indo me amar.”
domingo, 23 de outubro de 2011
E nos meus pensamentos ...
Eu não sabia tirar os olhos dele, era quase impossível. Quando eu passava ao seu lado, o cheiro do perfume e do banho era facilmente notável, até mesmo de longe. Não era preciso que ele chegasse muito perto e bastava ele se aproximar mais um pouco para que meus braços implorassem pelo abraço. E aquele sorriso, que a gente nunca esquece, que a deixa com cara de idiota. Também não achei que, um dia, me sentiria tão patética por alguém. Eu ainda queria ele. Tinha dias que não sabia o que estava sentindo mais, dias em que tentava me desvendar o tempo inteiro e não achava resposta. Mas outros dias, a maior parte, estava estampado na minha testa que eu o amava com todas as forças que existiam no meu corpo. E eu me odiava por isso, por amar tanto alguém e querer tanto agradá-lo.
sábado, 1 de outubro de 2011
Sabe essa garota que tá dançando lá na pista e você tá babando por ela, amigo? Minha ex namorada. Faz uns três meses que eu terminei com ela. Eu a traí todos os dias. E quando ela dizia que me amava eu ria. Sabe essas roupas coladas e esse cabelo pro lado que ela tá usando aí? Ela costumava usar uma camiseta rosa e um shorts, com o cabelo preso pra trás. Mas ela não conseguia ficar feia, eu só não sei porque nunca a disse isso. Ela era louca por mim. Me mandava mensagem de bom dia, depois me lembrava de amarrar os cadarços que eu sempre esquecia, colocava sempre na minha agenda os horários do meu dentista e sabe como eu retribuía? Vinha aqui zoar com meus amigos e ficar com umas que passassem de cabelo pro lado e roupa colada, assim, como ela tá hoje. Ela cuidava de mim todo fim da noite, mesmo que eu passasse o dia inteiro ignorando ela… Ela ainda ia lá, dizer que os anjos dela iam cuidar de mim. Era a garota mais grudenta, ciumenta, complicada e estranha que eu já tinha conhecido. Eu gostava mesmo era dessas aí, de ficar uma noite e me darem o telefone errado. Aí eu terminei com ela. Falei que ela era trouxa e burra por acreditar em mim. Dois dias depois, eu vi uma foto dela e chorei. Três dias depois, eu liguei pro celular dela e ela não atendeu. Quatro dias depois, eu fui na casa dela e ela disse que tava ocupada pra falar comigo. Cinto dias depois, eu não tive vontade de sair. No sexto, sétimo e no resto dos meses eu sentia falta dela todos os dias. Até que me puxaram pra uma balada, a mesma que eu ia pra ficar com essas meninas que não querem saber de mais nada a não ser delas mesmas e a encontrei aqui. Linda. Os olhos delas brilhavam. Eu fui falar com ela e ela ficou comigo. Achei que, dessa vez, eu podia tê-la nas mãos de novo, mas dessa vez, pra valorizá-la. Pedi seu número do celular novo e ela me deu. Liguei no dia seguinte e a moça da padaria atendeu: Número errado. Chorei. De saudade. Arrependimento. Receio. E de saber que a garota que eu ria, se tornou na garota que ria de mim. Pior, a garota que era minha, agora tinha um tanto de caras querendo ser dela e ela querendo aproveitar o tempo que perdeu. Eu fiz a garota dos meus sonhos ser o sonho de todos os garotos por aí. Eu a perdi. E sabe o que ela me falou no começo da festa? Que ela não era trouxa e nem burra de acreditar no amor que eu dizia sentir por ela. E sabe o que dói? Vê-lá dançando, rindo e não se preocupou em nenhum momento em olhar pra cá, me ver babando por ela e chorando por nunca ter percebido o quanto ela era importante pra mim, antes.
quarta-feira, 28 de setembro de 2011
sábado, 10 de setembro de 2011
Era linda e demasiada doce. Mas veja a ironia, a vida tanto aprontou que ela desaprendeu a sorrir. Pobre menina, roubaram-lhe a alegria. Desde então usava uma máscara, pois não gostava de demonstrar sua fraqueza. Era tão bela e atuava tão bem que ninguém jamais suspeitou que dentro dela só houvesse escuridão. E a menina ia vivendo esse drama de novela mexicana, reinventando um clichê trágico. Foi quando ela encontrou, como o sol do dia mais brilhante do verão, aquele sorriso que prometia varrer toda a sua solidão para debaixo do tapete. Por um instante ela se esqueceu de tudo, até das cicatrizes, e decidiu: era naquele sorriso que queria morar. Mas a menina se perdeu, e viu-se sozinha mais uma vez. Não, ela não suportaria reviver toda aquela melancolia, não poderia voltar ao estado de nostalgia que tanto lhe consumira. Por isso, foi-se. Agarrou-se ao tempo, em busca do sorriso que lhe deu esperanças de sair do lamaçal. Percorreu caminhos, atravessou mares, perguntou a todos o quanto pôde. Mas nada. Nada de nadica de nada. Ela se questionava se conseguiria reencontrar a felicidade algum dia. Era a coisa mais triste do mundo ver uma alma bonita como aquela ser domada por tanta angústia. Então alguém, em algum lugar, se compadeceu da pobre menina e a fez perceber que não poderia desistir. Encorajou-a e encheu seu coração daquela antiga esperança. E a menina levantou. Ressurgiu das cinzas, como uma fênix. Entregou-se à busca mais uma vez. Dessa feita, já não se desesperaria, pois sabia que seu destino era encontrar o dono do sorriso mais luminoso que já havia visto na vida. Encheu sua alma de luzes, flores e cores. Aprendeu muito. Ensinou também. Fez-se nova criatura. Espalhou alegria por todo lugar. E aos pouquinhos foi voltando a ser quem era. De cada um que conhecia, pegava um pedacinho do sorriso e uma lembrança bem bonita, tornando-se assim, umacolecionadora de sorrisos. Olha que coisa linda minha gente, a menina já não tinha medo. Nada jamais conseguiria assustá-la, ou oprimi-la, ou enfraquecê-la. Porque aquela menina havia encontrado seu verdadeiro amor na parte mais bonita de cada um: o sorriso.
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